Desde pequenos que começamos logo a conviver com a pergunta “o que queres ser quando fores grande?” e sabemos que a pessoa espera que respondamos uma profissão.
Surpresa das surpresas: TU NÃO ÉS UMA PROFISSÃO.
Quantas pessoas conheces que tiraram um curso superior e hoje em dia não estão a trabalhar na “sua área”. Quantas mudaram de rumo à procura de novos sonhos, novos projetos, novas aventuras. Quantas depois de novas tentativas buscam ainda algo diferente.
Não é um curso o que nos define. Não é uma carreira. Não de todo uma profissão.
Todos nós somos pessoas, com emoções, com um coração a bater cá dentro e, na minha opinião, aquilo em que temos que nos focar é em que tipo de pessoa queremos ser. Humildes, amigos, simpáticos, lideres? Ajudar outros, inspirar, dormir de consciência tranquila? Transmitir uma energia positiva, ser bom pai/mãe, sorrir? Sentir-me feliz com as pequenas coisas, olhar para o mundo como turista? Ser apaixonada pela vida? Que tipo de pessoa quero ser? A profissão vem por acréscimo.
Eu defendo que devemos sempre trabalhar as nossas paixões. Mas a verdade é que estas podem variar ao longo da vida. E é normal. E pode ser bom. O fundamental é sermos coerentes connosco próprios. Estarmos bem com quem somos, com quem decidimos ser. Tudo o resto se completa 🙂
Não digo que não pensemos também em que gostaríamos de trabalhar, pois na grande maioria dos casos, esta vai ser uma grande fatia da vida. A questão é quando estamos a pensar nisso como fator principal, esquecendo que tipo de pessoa queremos ser verdadeiramente. Num modelo educativo tão focado em preparar crianças para uma carreira, parece-me a mim que estamos a esquecermos-nos de as preparar para serem adultos felizes dentro da sua própria pele e para explorarem o seu verdadeiro potencial de crescimento enquanto seres humanos.